Eis um par de vídeos úteis para atualizarem o vocabulário dos computadores. Uma pesquisa no Youtube com as palavras "Exame informática" permitem aceder a mais vídeos sobre o tema (Exame informática é o nome de uma revista portuguesa).
segunda-feira, 31 de março de 2014
quarta-feira, 26 de março de 2014
Porquê ler «Capitães da areia» de Jorge Amado?
Leonardo (Básico Integrado, 20h00)
Na semana passada acabei de ler o romance «capitães da areia» do Jorge Amado. É desses livros
que uma pessoa nunca quer que acabe.
«Capitães
da areia» é um clássico da literatura brasileira e tem motivos bastantes para o ser.
Aliás, é um livro curto que está escrito de maneira ágil e com uma língua fácil
de compreender para um aluno do nível básico.
O livro conta a
história dum grupo extenso de meninos da rua, órfãos que vivem num trapiche
(uma sorte de armazém) abandonado e próximo do cais. As crianças são comandadas
por Pedro Bala, líder carismático e autêntico protagonista do romance. O
roubo, os enganos e as fraudes são o seu meio de vida.
O Professor, Sem-Pernas,
Volta-Seca, Gato, Pirulito, Boa-Vida, Dora, são alguns dos meninos que logo acabamos por conhecer e compreender, porque o Jorge Amado desenha uns
personagens com uns perfis psicológicos verdadeiramente complexos e profundos.
O dia-a-dia
dos meninos permite chegar-nos ao Salvador de Bahia dos anos 30: uma cidade
marcada pela crise originada na Grande Depressão de 1929, pelas diferenças sociais
e por uma exuberante diversidade racial e cultural.
Ora bem, o romance apenas mostra
uma parte dessa cidade: A Bahia da pobreza, dos malandros, do candomblé, dos
capoeiristas, dos estivadores, dos doqueiros, das mulheres da vida, da varíola,
e também dos Capitães da Areia; uma Bahia radicalmente separada e rejeitada pela
burguesia dominante.
Jorge Amado
oferece de forma crua, sem edulcorantes, a luta diária pela supervivência dos
capitães. Mas não é uma historia triste
e sem esperança. O livro está carregado de um otimismo contagiante. Apesar de diversos
episódios certamente traumáticos (que não vou desvelar), o autor crê num futuro
para muitos dos meninos. Alguns até acabarão por ganhar consciência de classe e lutarão
para mudar a situação de todos eles.
Provavelmente
este espírito positivo tenha a sua explicação em que o Jorge Amado escreveu o
romance quando só tinha 27 anos.
Não posso
deixar de pensar que uma Bahia similar a esta foi a que achou o meu avô apenas uma década depois, quando emigrou da Galiza. Ele também viveu e trabalhou
no cais. Não foi afortunado e retornou aos poucos anos, mas sempre conservou a
lembrança daqueles tempos quando era moço na Bahia.
P.S.
Um pormenor
curioso!
Alguns dos
meninos (provavelmente a maioria) estão inspirados em pessoas reais. Um exemplo
é Volta-Seca, aquele menino que sonha com ingressar na banda do rei do cangaço,
o Lampião. Lembro que o cangaço foi uma sorte de bandidagem caraterística do Nordeste do Brasil, imortalizada pela literatura e o cinema. De facto, ele foi um
dos cangaceiros mais conhecidos da banda, na qual entrou quando era apenas
uma criança. A tradição conta que foi o autor de dois dos mais conhecidos hinos
cangaceiros: «Mulher rendeira» e «Acorda
Maria Bonita». Morreu em 1997.
terça-feira, 25 de março de 2014
Zig Zag Vídeos
No espaço Zig Zag vídeos da RTP há vídeos sobre ciência para crianças. Podem dar jeito agora que vamos iniciar a unidade de Ciência e Tecnologia no Intermédio. Deixo cá a ligação para um exemplo.
A ligação geral para o programa é:
http://www.rtp.pt/wportal/zigzag/videos.php
segunda-feira, 24 de março de 2014
Conversa telefónica para contar história B1
Conversa
telefónica para contar história
OBJETIVOS
Ser
capaz de iniciar, desenvolver e encerrar uma conversa telefónica
Ser
capaz de fornecer pormenores de experiências, descrevendo
sentimentos e reações.
Ser
capaz de contar uma história
INSTRUÇÕES
A
Telefonas
para um(a) amigo(a) que não vês há tempo para contar um breve
episódio, com base numa imagem que te será fornecida. Dependendo da
imagem, colocam-se as seguintes situações: a) Este fim de semana;
b) Uma viagem; c) Um sonho. Descreve brevemente a situação prévia.
A seguir, conta a história.
B
Telefona-te
um(a) amigo(a) que não vês há tempo para contar um breve episódio,
com base numa imagem que te será fornecida. Dependendo da imagem,
colocam-se as seguintes situações: a) Este fim de semana; b) Uma
viagem; c) Um sonho. Colabora ativamente com a narração do teu
pareceiro(a), pedindo algum pormenor e interessando-te pelas reações
do teu/tua colega.
*
Em caso de trio, quem telefona é um casal para um amigo(a) comum. Os
elementos do casal revezam-se na conversa.
MATERIAIS
Imagens
suscetíveis de gerarem uma história. Recomenda-se o uso de imagens
tiradas de livros de ilustradores lusófonos(as). Neste
artigo fornece-se uma lista de ilustradores portugueses:
http://www.publico.pt/cultura/noticia/o-bom-estado-da-ilustracao-portuguesa-1595334
RECURSOS
LINGUÍSTICOS
Passado
simples, expressões habituais em telefonemas.
Este vídeo inclui uma conversa telefónica que pode ser de ajuda.
domingo, 23 de março de 2014
Desovamento das tartarugas na ilha de Joazido do Xijão
Xosé Ramón, do nível básico, fala-nos do desovamento das tartarugas na Ilha de Joazido do Xijão.
Fonte da imagem:
Em setembro, quando a noite vem, as tartarugas voltam às praias de Joazido do Xijão para desovar numa parte livre da ação do mar.
Na ilha há campanhas de sensibilização e educação ambiental.
Também há equipas para fazer diferentes tarefas: cuidar dos ninhos, cuidar da prole até chegar ao mar em segurança, medição e marcação dos espécimes, monitoramento durante a noite de desova, etc.
Todos os moradores e visitantes da ilha podem participar nestas atividades.
Fonte da imagem:
(Fonte:
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/9b/LeatherbackTurtle.jpg)
Em setembro, quando a noite vem, as tartarugas voltam às praias de Joazido do Xijão para desovar numa parte livre da ação do mar.
Na ilha há campanhas de sensibilização e educação ambiental.
Também há equipas para fazer diferentes tarefas: cuidar dos ninhos, cuidar da prole até chegar ao mar em segurança, medição e marcação dos espécimes, monitoramento durante a noite de desova, etc.
Todos os moradores e visitantes da ilha podem participar nestas atividades.
sexta-feira, 21 de março de 2014
Joãzido da Xijão, A décima ilha dos Açores
A tarefa consistia em descrever a décima ilha dos Açores, aquela que tantas pessoas sonharam. Dali, da ilha de Joãozido da Xijão, Leonardo (nível básico) envia-nos este relato do seu dia-a-dia. O único mapa que temos da ilha foi reproduzido neste post. Podem visitar a peça original na bela cidade de Florescência, mesmo ao pé do cais.
Os meus cumprimentos a todos os/as Joãozidenses que nos leiam!
Dia-a-dia de um burriqueiro na ilha de Joãzido
A vida em Joãzido decorre tranquila e vagarosa. O meu é um trabalho calmo, rotineiro, mas muito importante: sou burriqueiro.
Costumo acordar muito cedo, por volta das 5 da manhã, antes de amanhecer. Pego no meu burrinho e vou montado nele com parcimónia até ao cais da capital, Florescência. Ali apanho as cartas que chegam de barco e depois começa o meu percurso pela ilha. Joãzido não tem estradas. Portanto, a melhor maneira de ir de uma povoação a outra é de burro. É um meio de transporte lento, mas seguro.
Saio de Florescência às 7h00, quando o dia já está raiando. Com os alforjes cheios do correio, o burro vai andando por trilhos poeirentos. Eu caminho ao pé dele.
O primeiro alto no caminho é Esquisita, uma aldeia de só 20 habitantes. Os primeiros em me receber são sempre os cães e as crianças. Depois são as mães que se chegam, comprovam se houve carta e perguntam pelas notícias da capital e do mundo. Como vocês veem não apenas trago o correio, mas também mantenho a conexão das aldeias com a civilização.
A última aldeia da ilha é a Falésia. Chama-se assim porque está encostada a uma enorme ribanceira por cima do mar. É a aldeia menor e mais remota da ilha. Tem em total 2 famílias que somam 7 habitantes.
Costumo chegar lá tarde, por volta das 18h00, cumprimento toda a gente e falo um bocadinho com eles. Depois convidam-me a jantar, e ao finalizar, à noitinha, retorno à capital.
No verão a minha vida muda bastante. Continuo a fazer o mesmo percurso diário, mas nesse tempo também levo os turistas que chegam à ilha dum lugar a outro. Eles vão montados nos seus burrinhos e sou eu que guia a procissão por todo Joãzido.
A época mais dura e difícil do ano é o inverno. As tempestades e as trovoadas, com frequência não me permitem fazer o trabalho. A ilha fica quase isolada, não chegam embarcações, não há noticias e ninguém sabe o que está acontecer no mundo. Nesse momento Joãzido é mais ilha do que nunca.
Os meus cumprimentos a todos os/as Joãozidenses que nos leiam!
Dia-a-dia de um burriqueiro na ilha de Joãzido
A vida em Joãzido decorre tranquila e vagarosa. O meu é um trabalho calmo, rotineiro, mas muito importante: sou burriqueiro.
Costumo acordar muito cedo, por volta das 5 da manhã, antes de amanhecer. Pego no meu burrinho e vou montado nele com parcimónia até ao cais da capital, Florescência. Ali apanho as cartas que chegam de barco e depois começa o meu percurso pela ilha. Joãzido não tem estradas. Portanto, a melhor maneira de ir de uma povoação a outra é de burro. É um meio de transporte lento, mas seguro.
Saio de Florescência às 7h00, quando o dia já está raiando. Com os alforjes cheios do correio, o burro vai andando por trilhos poeirentos. Eu caminho ao pé dele.
O primeiro alto no caminho é Esquisita, uma aldeia de só 20 habitantes. Os primeiros em me receber são sempre os cães e as crianças. Depois são as mães que se chegam, comprovam se houve carta e perguntam pelas notícias da capital e do mundo. Como vocês veem não apenas trago o correio, mas também mantenho a conexão das aldeias com a civilização.
A última aldeia da ilha é a Falésia. Chama-se assim porque está encostada a uma enorme ribanceira por cima do mar. É a aldeia menor e mais remota da ilha. Tem em total 2 famílias que somam 7 habitantes.
Costumo chegar lá tarde, por volta das 18h00, cumprimento toda a gente e falo um bocadinho com eles. Depois convidam-me a jantar, e ao finalizar, à noitinha, retorno à capital.
No verão a minha vida muda bastante. Continuo a fazer o mesmo percurso diário, mas nesse tempo também levo os turistas que chegam à ilha dum lugar a outro. Eles vão montados nos seus burrinhos e sou eu que guia a procissão por todo Joãzido.
A época mais dura e difícil do ano é o inverno. As tempestades e as trovoadas, com frequência não me permitem fazer o trabalho. A ilha fica quase isolada, não chegam embarcações, não há noticias e ninguém sabe o que está acontecer no mundo. Nesse momento Joãzido é mais ilha do que nunca.
segunda-feira, 17 de março de 2014
Particípios irregulares
Particípios regulares e irregulares:
1. A que verbos correspondem os seguintes particípios irregulares? Qual seria o regular correspondente?
Expulso Impresso Entregue Eleito Solto
Aceso
Extinto
Roto Aceite Pago
Inserto Frito
Submerso
Expresso Salvo
Assente
* No
caso de “vindo” não há particípio regular.
Os Bombeiros Voluntários têm salvado muitas vidas.
Muitas vidas têm sido salvas pelos Bombeiros Voluntários.
Muitas vidas têm sido salvas pelos Bombeiros Voluntários.
Quando
cheguei, a Marta tinha imprimido o documento inteiro.
Quando
cheguei,o documento tinha sido impresso pela Marta.
Quando
achas que se usa a forma regular e quando a irregular?
a )
O que temos acima é a regra teórica. Ora, na prática, o uso da
forma irregular está a invadir o terreno da regular no caso de
alguns verbos.
Um
artigo do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa1
esclarece que já se usa mais o irregular em verbos compostos com os
verbos entregar,
salvar,
eleger,
aceitar
e expulsar. Por outras palavras, é mais frequente:
Ele já tinha aceite o posto.
do que
Ele já tinha aceitado o posto.
Já
no caso dos verbos ganhar,
gastar,
pagar
e limpar,
o particípio regular está
claramente em desuso.
Assim,
é mais frequente hoje em dia em Portugal:
Ele
tinha pago as faturas.
Do
que
Ele
tinha pagado as faturas.
b) O particípio de desenvolver
é “desenvolvido", e de "resolver" é "resolvido":
O governo tem desenvolvido
políticas prejudiciais para a agricultura.
“Desenvolto” é um adjetivo que
significa “desembaraçado”, “ágil”, “vivo”.
c) O
particípio de “Morrer” é “morto”. No caso de “matar”, há “matado” e “morto”. O primeiro é usado com o verbo "ter", em compostos. O segundo é usado com o verbo ser, mas cada vez mais também no tempo composto:
O
polícia tinha matado três homens / (cada vez mais > tinha morto)
Três homens tinham sido mortos pelo polícia.
Três homens tinham sido mortos pelo polícia.
ATIVIDADE
2. Preenche
com o particípio correto em cada caso:
Se
o relógio não funcionar corretamente enquanto for(SUBMERGIR)__________,
comece a subir imediatamente.
Dependendo
das escolhas feitas pelos governos, o mundo poderia ter
(SUBMERGIR)________________ numa recessão profunda ou iniciado o
caminho rumo a um desenvolvimento mais sustentável.
É
lamentável que numerosas disposições, particularmente
desproporcionadas e por vezes injustificadas, tenham
(ROMPER)_____________ o equilíbrio deste texto.
É
proposto um exercício de aplicação, para o qual é
(ENTREGAR) ______________ um enunciado escrito.
O
equilíbrio de forças foi (ROMPER)_____________ a seguir à reunião.
Deve,
portanto, ser (PAGAR)____________ um adiantamento da ajuda quando a
forragem seca sair da empresa de transformação.
Se
quiser se candidatar ou se for (ELEGER)__________ a cargo público,
você deverá consultar o Departamento Jurídico.
O
forno somente pode ser (LIMPAR)___________ quando está frio, porque
existe o risco de queimadura.
Eles
não podem ser utilizados durante a decolagem, aterrissagem, ou
qualquer outro momento em que o sinal de uso de cinto de segurança
estiver (ACENDER)__________
Fonte
dos exemplos: www.linguee.pt
CHAVE
1. Expulsado
Imprimido Entregado Elegido Soltado
Acendido
Extinguido
Rompido Aceitado Pagado
Inserido Fritado
Submergido
Expressado Salvado Extinguido Vindo
Assentado
A forma regular usa-se com tempos compostos com os auxiliares "ter" ou "haver". A forma irregular usa-se com o verbo "ser" (ou similares, como "permanecer" em construções passivas.
2. Se
o relógio não funcionar corretamente enquanto for submerso,
comece a subir imediatamente.
Dependendo
das escolhas feitas pelos governos, o mundo poderia ter submergido
numa recessão profunda ou iniciado o caminho rumo a um
desenvolvimento mais sustentável.
É
lamentável que numerosas disposições, particularmente
desproporcionadas e por vezes injustificadas, tenham rompido o
equilíbrio deste texto.
É
proposto um exercício de aplicação, para o qual é
entregue um enunciado escrito.
O
equilíbrio de forças foi roto a seguir à reunião.
Deve,
portanto, ser pago um adiantamento da ajuda quando a forragem seca
sair da empresa de transformação.
Se
quiser se candidatar ou se for eleito a cargo público, você deverá
consultar o Departamento Jurídico.
O
forno somente pode ser limpo quando está frio,
porque existe o risco de queimadura.
Eles
não podem ser utilizados durante a decolagem, aterrissagem, ou
qualquer outro momento em que o sinal de uso de cinto de segurança
estiver aceso
Se o relógio não funcionar
corretamente enquanto estiver submerso, comece a subir imediatamente.
Dependendo
das escolhas feitas pelos governos, o mundo poderia ter submergido
numa recessão profunda ou iniciado o caminho rumo a um
desenvolvimento mais sustentável.
É
lamentável que numerosas disposições, particularmente
desproporcionadas e por vezes injustificadas, tenham rompido o
equilíbrio deste texto.
É
proposto um exercício de aplicação, para o qual é
entregue um enunciado escrito.
O
equilíbrio de forças foi roto a seguir à reunião.
Deve,
portanto, ser pago um adiantamento da ajuda quando a forragem seca
sair da empresa de transformação.
Se
quiser se candidatar ou se for eleito a cargo público, você deverá
consultar o Departamento Jurídico.
O
forno somente pode ser limpo quando está frio,
porque existe o risco de queimadura.
segunda-feira, 10 de março de 2014
O PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
COMO
TENS PASSADO?
Deixo aqui uma sequência de atividades sobre o pretérito perfeito composto. Foram pensadas nomeadamente para nível intermédio. Se virem alguma incoerência ou possibilidade de melhoria, agradeço que deixem algum comentário ao respeito. Se encontrarem algum(nos) outro(s) exemplo(s) de uso interessantes, também agradeço que me enviem.
Lê este texto
com atenção. Na segunda leitura, sublinha todos os verbos. Há um
tempo verbal que se repete com bastante frequência? Qual? Porque
pensas que é usado neste texto?
Mais de 600 mortos na Europa
Fonte:
Expresso, 18 de fevereiro de 2012
Sair
de casa pode ser muito perigoso. Mas ficar também. Não têm
faltado pretextos para a acumulação de neve e o frio extremo
matarem.
Sem
terem qualquer noção do que faziam, dois idosos franceses com
Alzheimer saíram de casa no meio do frio e já não conseguiram
voltar. Um deles, de 82 anos, foi para a rua apenas de pijama, na
cidade de Moselle, no norte de França. Não tinha andado um
quilómetro quando caiu morto. Nesse dia estavam 14 graus
negativos, ainda longe dos glaciares 30 que os termómetros têm
registado de forma insistente nas últimas semanas na Europa
(sobretudo nos países mais a leste), onde 650 pessoas já
morreram desde o fim de janeiro devido ao frio. Em muitos
países a neve já acumulou mais de quatro metros de altura. O que
só por si tem sido uma causa de morte. Em Nápoles, em Itália,
um homem foi encontrado morto preso dentro do seu carro coberto
por neve. Em Roma, as autoridades distribuíram quatro mil pás à
população, para que desse uma mão na limpeza das ruas.
Repara agora nos exemplos abaixo, tirados do corpo do CORPUS CETEM PÚBLICO. Há um tipo de palavra que costuma acompanhar o p.p.c. Qual? Porque achas que é assim?
O
funcionamento de cerca de um milhar de linhas telefónicas da zona
da Rotunda do Marquês de Pombal, em Lisboa, tem
sido afectado
na última semana devido a uma avaria num cabo e à instalação,
na Avenida da Liberdade, de um redistribuidor – que permitirá
aumentar a capacidade de resposta dos TLP naquela área onde
existem muitos bancos e grandes empresas.
A
entrega de uma fatia do capital social em troca de aumentos de
produtividade acaba por ser uma maneira diferente de fazer o mesmo
que aconteceu em Setembro do ano passado – e tem sido prática comum nos últimos anos, ainda que de forma muito menos pública
–, quando os pilotos e a administração assinaram um protocolo
em que a disponibilidade para voar mais horas foi compensada com a
distribuição de um «bolo» de 90 mil contos mensais.
O
ciclismo português está muito melhor e ultimamente
tem
mesmo evoluído bastante.
Ao
ler o que ultimamente
tem
sido escrito sobre este polémico assunto, e depois de mais uma
vez ter estado a ver no local o que os nossos autarcas querem
construir, tentando prever o que irá ser o futuro (cada vez mais
próximo) , ocorre-me fazer uma simples pergunta: porque não
executar a obra por fases, adaptando-se as seguintes após ver os
efeitos das iniciais?
Bem, ultimamente tem sido verdade, porque tenho tido poucas experiências com clubes fortes da I Divisão.
Só
que Raul não é Lula, que ultimamente
tem sido
decisivo no jogo ofensivo, e daí o Belenenses não retirou nada .
Repara agora
nos exemplos abaixo. O que é que eles têm em comum?
Ora viva!
Desculpem o
meu silêncio, mas é que tenho estado entretanto a gozar as
delícias da maternidade! ; )))
Para quem
ainda vai a tempo: sim, o vestido ainda está à venda. Tenho
1,70m e 67kg, mas o vestido adapta-se a vários pesos e alturas,
pois tem espartilhos na parte de trás, e para além da cauda, a
altura é regulável através dos sapatos!
Felicidades
Olá a todas,
Boas pessoal,
Olá a todas,
Sou nova
por cá, e queria saber se posso tar grávida. Ultimamente tenho
estado enjoada e muito mal disposta, tenho dores horríveis na
parte de baixo da barriga como se fossem dores menstruais, mas um
pouco mais forte, dói-me o peito, tenho andado muito cansada, ao
cheirar alguns produtos veem os vómitos.
Boas pessoal,
Ultimamente
tenho pensado sinceramente em vender o meu pc e comprar um
portatil como "desktop replacement", tanto que como
estou a tirar curso de informática, dava-me jeito para a
faculdade.
- O pretérito perfeito composto é muito utilizado em contextos relacionados com a relações sociais, onde falamos daquilo que tem acontecido ultimamente. Imagina 5 situações em que ele possa vir a ser usado.
- Escreve:
a) Uma
mensagem de email onde fales dos preparativos de uma festa.
b) Um post
para um blogue onde justifiques o teu silêncio nas últimas semanas
por razões de saúde.
c) O segundo
parágrafo de uma carta de candidatura, resumindo a tua experiência
laboral mais recente.
d) Um email para um amigo(a) ou ex-namorado(a) que não vês há tempo, dando conta de mudanças que ocorreram na tua vida ou situações em que te achas atualmente.
d) Um email para um amigo(a) ou ex-namorado(a) que não vês há tempo, dando conta de mudanças que ocorreram na tua vida ou situações em que te achas atualmente.
Usa o ppc nos quatro casos.
Eis outros
complementos que costumam ser usados com o PCC:
Até agora
De um tempo a esta parte Durante estes meses...
Até
hoje Desde então Desde
O pretérito
perfeito composto exprime geralmente a repetição de um ato ou a
sua continuidade até o presente em que falamos.
Agora encena
os seguintes minidiálogos, usando o ppc:
a) Pergunta a
um desportista pelo seu estado de saúde.
b) Pergunta ao
Presidente da Câmara pelos últimos projetos.
c) Pergunta a
um amigo(a) pela sua saúde.
d) Pergunta a
um amigo(a) que não se vê há tempos, pela sua vida recente.
e) Pergunta a
um amigo(a) pelo seu aspeto triste.
d) Pergunta do
chefe a um funcionário(a) por um trabalho que foi realizado no tempo
previsto.
Por último,
repara nos exemplos abaixo:
Simões de Sousa, responsável daquele organismo, reconhece que, «em tempos, houve incómodos mas a empresa tem vindo a corrigi-los e isso não se consegue de um dia para o outro» .
É esse e não o outro, aquele «pré-candidato» conciliador, consensual, «soft», sem arestas nem bicos, cinzentão, que timidamente tem vindo a ser construído nos derradeiros meses.
Um aparato militar que demonstra bem a ditadura repressiva que tem vindo a assassinar milhares de timorenses.
A expressão
ter vindo a exprime os mesmos valores temporais que o pcc
comum, acentuando mais a ideia de processo, mudança, ou repetição.
A quebra
nas trocas comerciais entre Portugal e Angola tem vindo a acentuar-se ao longo de 1993.
Simões de Sousa, responsável daquele organismo, reconhece que, «em tempos, houve incómodos mas a empresa tem vindo a corrigi-los e isso não se consegue de um dia para o outro» .
É esse e não o outro, aquele «pré-candidato» conciliador, consensual, «soft», sem arestas nem bicos, cinzentão, que timidamente tem vindo a ser construído nos derradeiros meses.
Um aparato militar que demonstra bem a ditadura repressiva que tem vindo a assassinar milhares de timorenses.
Termina
hoje a série de artigos que tenho vindo a publicar neste jornal.
Escreve quatro
frases com ter vindo a, que digam respeito a:
- Os preços dos
combustíveis.
- As políticas
do governo em relação à crise.
- Algum assunto
sobre o qual estejas a mudar as ideais prévias que tinhas.
- Algum hábito
que tenhas agora e que antes não tinhas.
domingo, 9 de março de 2014
Falar sobre relações de casal - algumas ideias
Deixo-vos aqui estas sugestões de breves monólogos, para o caso de que queiram treinar em casa a expressão oral sobre o tema das relações de casal.
IDEIAS PARA
TREINAR EXPRESSÃO ORAL – RELAÇÕES DE CASAL
1) Fala de cinco qualidades que pensas
que deve ter um bom par.
2) Fala de cinco defeitos que não
suportas num par.
3) Narra o início de uma relação de
casal que tenhas achado surpreendente.
4) Cinco hábitos que não gostarias
que o teu casal tivesse.
5) Cinco hábitos mais frequentes nos
homens, nas relações de casal.
6) Cinco hábitos mais frequentes nas
mulheres, nas relações de casal.
7) De que maneira tem vindo a mudar o
papel dos homens nas relações de casal?
8) Viajar com o casal ou com
amigos(as)? Vantagens e desvantagens.
10/ Pensas que os filmes têm influído
na maneira como os casais se relacionam? Dá algum exemplo concreto .
11) Descreve o caráter que gostarias
que deveria ter o teu par.
12) “Pessoas muito parecidas dão-se
melhor em relações de casal do que pessoas muito diferentes”.
Concordas?
13) Como têm influído a Internet e as
redes sociais nas maneiras de os casais se conhecerem?
14) Como têm influído a Internet e as
redes sociais nas relações entre os membros do casal?
15) Pensas que o casamento muda as
pessoas? De que maneira?
16) O que farias e o que não farias
num primeiro encontro com uma pessoa com a qual queres iniciar um
relacionamento?
17) De que pensas que fala a maioria
das pessoas nos primeiros encontros com uma pessoa de que gostam?
terça-feira, 4 de março de 2014
Eusébio Macário e A Corja, de Camilo Castelo Branco
Cada vez mais sou da ideia de que Camilo Castelo Branco é o escritor que mais nos aproxima daquilo que poderia ter sido a narrativa em galego do século XIX, no caso de que tivéssemos uma literatura inteiramente assentada naquela altura. O mundo ficcional do Camilo é quase sempre o norte de Portugal, nomeadamente a região do Minho e parte ocidental de Trás-os-Montes.
Fonte da imagem: http://casadecamilo.wordpress.com/tag/eusebio-macario/
No prefácio da edição conjunta de Eusébio Macário e a Corja (Edições Caixotim), J.Cândido Martins atribui a estas duas obras o caráter de pastiche parodístico dos doutrinas do realismo e naturalismo literários.
A chamada Questão Coimbrã (1865-66) e as Conferências Democráticas do Casino Lisbonense (1871) são o enquadramento de partida das nova estética realista em Portugal. Os romances O Crime do Padre Amaro (1875) e O Primo Basílio (1878), de Eça de Queirós, inscreve-se na tentativa de "pintar" a sociedade portuguesa, com base antes na "verificação" do que na "imaginação".
Camilo Castelo-Branco será crítico com o espírito iconoclasta e a alegada novidade da estética realista-naturalista, postulando que os representantes de tal escola "se esqueciam de uma longa tradição realista, presente desde os primórdios da literatura europeia", e "sustentando que a questão do realismo era tão velha como a própria literatura" (Cito J.Cândido Martins). Camilo também criticará o excesso de descrições, o "daltonismo psicológico" ou a pretensão experimental da nova escola. Este distanciamento doutrinário do Camilo não obstará, porém, a que ele próprio seja influenciado pelo realismo e naturalismo, como se pode observar em A Brasileira de Prazins.
Numa excelente síntese, Cândido Martins atribui os seguintes princípios estético-doutrinários à escola realista: atualidade, quotidiano,impassibilidade, verosimilhança, coloquialidade, descrição e explicação.
O primeiro elemento parodístico do Eusébio Macário é o subtítulo (História natural e social de uma família no tempo dos Cabrais), que remete para o nome dado ao conjunto romanesco dos Rougon-Macquart de Zola: Une famille sous le Second Empire.
O Cabralismo desenvolveu-se nomeadamente entre 1842 e 1846, na altura do reinado da rainha D.Maria I. Com base na constituição de 1826, este sistema tentou defender-se tanto dos absolutistas (miguelistas), quando dos liberais exaltados. Costa Cabral, que dá nome ao movimento, foi um valido da rainha. O seu governo foi caraterizado pelas reformas administrativas e as grandes obras públicas. A revolução de Maria da Fonte, em 1846, pôs fim a este período.
O acontecimento que põe em andamento a trama do Eusébio Macário é o regresso do Brasil Bento José Pereira Montalegre às Terras de Basto, de onde é originário, e onde mora a sua irmã Felícia. Felícia namora com um abade, Justino, a quem conheceu nas proximidades de Montalegre, na terra de Barroso. O brasileiro Bento Pereira casar-se-á com Custódia Macário, filha do boticário Eusébio Macário. O filho, José Macário, acabará por casar com a Felícia, que abandona o abade.
A "ubérrima" Terra de Bastos, cenário de parte do romance de Camilo.
O ascenso social da família Macário leva-os da terra de Basto a Lisboa e ao Porto, onde se estabelecem. O abade, que continua apaixonado pela Felícia, irá também ao Porto para tentar recuperá-la. A Corja desenvolve a vida da família no Porto e Lisboa, num ambiente frívolo e decadente, onde adultérios e traições se sucedem.
Cativou-me nestes dous livros o teor paródico, magistralmente plasmando no uso da língua, e o retrato que Camilo faz dos novos ricos vindos do Brasil e da vida decadente e devassa que envolve a família dos Macário no Porto.
Já no início do livro, a descrição pormenorizada de um relógio de aldeia, lembra de maneira irónica as descrições pormenorizadas tão frequentes nos romances naturalistas:
Havia na botica um relógio de parede, nacional, datado de 1781, feito de grandes toros de carvalho e muita ferraria. Os pesos, quando subiam, rangiam o estridor de um picar de amarras das velhas naus. Dava-se-lhe corda como quem tira um balde da cisterna. Por debaixo da triplicada cornija do mostrador havia uma medalha com uma dama cor de laranja, vestida de vermelhão, decotada, com uma romeira e uma pescoceira, crassa e grossa de vaca barrosã, penteada à Pompadour, com uma réstia de pedras brancas a enastrar-lhe as tranças. Cada olho era maior que a boca, de um vermelho de ginja. Ela tinha a mão esquerda escorrida no regaço, com os dedos engelhados e aduncos como um pé de perua morta; o braço direito estava no ar, hirto, com um ramalho de flores que parecia uma vassoura de hidrângeas. Este relógio badalara três horas, que soaram ríspidas como as pancadas vibrantes, cavas, das caldeiras da Hécate de Shakespeare.
Também passa pela peneira da paródia é a prosa de inspiração bucólica, como a de Rodrigues Lobo:
O arrebol da tarde franjava de purpura as agulhas da montanha; espinhaços dos últimos horizontes de serra recortavam-se como sentinelas nocturnas dum baluarte de cíclopes ; espigões enormes pareciam braços hirtos dos legendários titãs a escalarem o olimpo ; filas cerradas de pinheiros lá em cima nas cumeadas lembravam esquadrões de gigantes, pasmados, a olharem para nós,burlescos pigmeus, que andamos cá em baixo a esfervilhar como bichinhos revoltos nas enormes podridões verdoengas do planeta. Ele olhava para tudo aquilo com cara de asno, não percebia mitos nem ideais, e pensava na cea.
Raparigas desciam das encostas hervecidas com rebanhos a dessedentarem-se rem-se nos ribeiros; cabritos alcandoravam-se em rochedos com balidos cerebros e ginásticas elegantes; bois escornavam-se com pancadas sonoras d'uma dureza cava. E o Justino, o estudante saltava dos vallados sombrios à laia de sátiro, como tigre faminto do palmar, e enviava-se fremente ás pastoras, dando-lhes abraços bestiais, hercúleos, e ferradelas cupidíneas, dissolventes, nos cachaços sensuais penujentos. Elas casquinavam risadas inocentes, fugiam, deixavam-se agarrar, botavam-se a ele, às três e às quatro, atiravam-no ao chão, cabiam de embrulho, e espojavam-se todos, qual por baixo qual por cima, escouceando-se, com uma candura bucólica digna de Rodrigues Lobo e de muito chicote.
Do ponto de vista da língua, interessam os numerosos excertos em que se parodia o uso de francesismos, muito frequentes na literatura de teor naturalista.
Também o sotaque do brasileiro Bento José Pereira é reproduzido marcando os traços rítmicos, sintácticos e lexicais do português do Brasil:
(..) porque a religião mi párece précisa para o povo (página 98)
(..) E o abade é exempelar (página 99)
(..) É a primêra moça galante que mi ápárece no Minho (102)
O livro dava para muito mais, mas não quero ser chato. Ah! Hoje mesmo devolvo este livro na Biblioteca Ângelo Casal, de onde o podem levar emprestado.
Acresci ao texto algumas fotografias que tirei há um par de meses nas Terras de Basto, onde se desenvolve parte do romance.
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